Educação 4.0: trabalhando com projetos em sala de aula

Educação 4.0: trabalhando com projetos em sala de aula

A tecnologia tem mudado tudo em nosso dia-a-dia. Em 1996, quando ainda não se falava sobre inteligência artificial, big data ou em empreendedorismo disruptivo, Pierre Levy, filósofo francês, já pedia para que fosse feito um grande esforço para aprender, pensar e compreender toda a amplitude da virtualização das coisas” (LEVY, 1996, pp.11-12). Mais de 10 anos depois, esse esforço precisa ser cada vez maior, pois a virtualização das coisas tem mudado, rapidamente, nosso futuro e até mesmo profissões deixarão de existir ou serão modificadas totalmente pelo avanço tecnológico. Estamos preparados para isso? Estamos preparando o futuro da nossa sociedade, que são crianças e jovens, para vivenciar um mundo cada mais digital e tecnológico? Que tipo de danos e consequências essa virtualização tem trazido? E o que podemos impulsionar para gerar um impacto positivo através dela? 

A educação 4.0 pode trazer resoluções para essas questões, o que a faz cada vez mais necessária em nossos dias. É preciso desenvolver habilidades necessárias ao cidadão do futuro e esse futuro já está acontecendo. Para conviver com as inúmeras inovações, para ser o profissional que a  indústria 4.0 passa a buscar, para trabalhar com visão crítica e social buscando soluções para problemas complexos, para converter toda a massa de informação que recebemos diariamente em conhecimento válido e significativo e um dos mais importantes…ter inteligência emocional para toda essa mudança. Essas são apenas algumas das habilidades e competências que a educação 4.0 objetiva-se a desenvolver. Se tudo tem mudado, a educação através da escola também precisa mudar, não acham?

Uma das aplicações do Game Olhares

Após inúmeras discussões e debates com professores e especialistas da área,a BNCC – Base Nacional Comum Curricular – está em fase de construção e ela determina mudanças que uniformizam escolas públicas e privadas em uma única direção didática, buscando trabalhar habilidades e competências uniformes para crianças e adolescentes. Ela determinará, também, diretrizes para a formação continuada de professores para serem treinados nessas novas competências 4.0, sobretudo.

Uma alternativa eficaz para já desenvolver uma turma ou sala de aula nesses quesitos é através das metodologias ativas da educação, que são:

“As metodologias ativas consistem na mudança do paradigma do aprendizado e da relação entre o aluno e o professor. O aluno passa então, a ser o protagonista e transformador do processo de ensino, enquanto o educador assume o papel de um orientador, abrindo espaço para a interação e participação dos estudantes na construção do conhecimento.” (Fonte: somospar.com.br)

Uma das práticas ativas é a aprendizagem mediada por projetos ou por desafios, que usamos bastante em programas do @socialbrasilis para trabalhar também a visão empreendedora do público. Experimente levar para a sala de aula um desafio da comunidade do entorno escolar, da escola, da sociedade para saber a opinião dos alunos, o que pensam a respeito e o que esperam do futuro sobre isso. A partir disso, busque trabalhar os sonhos dos jovens para aquela esfera e os façam pensar que coisas podem ser pensadas para começar a resolver o problema agora, com aquilo que possuem em mãos ou que pode ser captado na escola ou no entorno escolar.

Em um exercício como esse pode ser trabalhado a escrita, gêneros textuais, síntese, comunicação em grupo, matemática financeira para os recursos necessários à ação/projeto, mobilização e visão crítica/social dos alunos, Geografia – caso os alunos precisam conhecer o território escolhido para o projeto-  e até mesmo História, através da história local aprendida por intermédio dos habitantes da comunidade. Trabalhar por projetos abre um grande leque de possibilidades para interdisciplinaridade.

Exemplo:

Em uma turma do programa Game Olhares do Social Brasilis – programa gamificado que busca desenvolver em jovens habilidades 4.0 e da cultura digital – trabalhamos os sonhos da turma para a sociedade. Diversos sonhos saíram, mas o de um garoto de 12 anos chamou atenção: melhorar o trânsito local da cidade, principalmente, em frente a escola, onde o tempo dos semáforos estava descoordenados de acordo com ele e além disso, faltava sinalização que orientassem pedestres e motoristas. Nosso facilitador perguntou: E aí o que podemos fazer para começar a solucionar esse problema? O jovem, junto a sua equipe, foram a campo e fotografaram, usando as câmeras dos celulares tudo o que viram no trânsito da cidade e elaboraram um material de conscientização em vídeo explicando as pessoas a importância de entenderem as regras do trânsito para maior segurança de todos. O projeto da turma foi visto por toda a instituição e seus professores para que medidas fossem tomadas mas, acima de tudo, ensinadas a todos. 

Esse é apenas um exemplo, mas muitas outras nuances podem surgir.  Aguarde o próximo artigo sobre educação 4.0 no ambiente corporativo.

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