Educação 4.0: o que é e como trazer para dentro da sala de aula

A Educação 4.0 emerge como uma resposta à crescente necessidade de transformação na forma como aprendemos e ensinamos. Esta abordagem revolucionária busca integrar a tecnologia de maneira significativa no ambiente educacional, preparando os alunos para um mundo cada vez mais digital e interconectado. 

Neste artigo, exploraremos o conceito de Educação 4.0, sua importância, objetivos e o impacto que pode ter na inovação educacional. Além disso, discutiremos estratégias para adaptar essa abordagem nas escolas. Vem com a gente!

O que é a Educação 4.0?

A Educação 4.0 é uma abordagem baseada no “learning by doing”, expressão em inglês que se refere ao aprendizado por meio da experimentação, vivências e realização de projetos, partindo da ideia de que vamos aprender coisas diferentes de maneiras diferentes, uns com os outros. Essa abordagem é fortemente influenciada pela integração de tecnologias digitais avançadas, em especial a linguagem computacional, a Inteligência Artificial (IA) e a Internet das Coisas (IoT).

O nome “Educação 4.0” foi inspirado pela “Indústria 4.0”, que refere-se à quarta revolução industrial. A Indústria 4.0 é caracterizada pela automação avançada, interconexão de sistemas, inteligência artificial e utilização intensiva de dados. Da mesma forma, a Educação 4.0 busca integrar esses princípios para criar um ambiente educacional mais adaptável, personalizado e eficiente.

Lembrando que essa abordagem é indicada para professores e gestores escolares que buscam aperfeiçoar e inovar nas práticas pedagógicas, metodologias e gestão.

Qual a importância dessa abordagem?

A Educação 4.0 visa superar os métodos tradicionais de ensino, que muitas vezes são padronizados e não levam em consideração as diferenças individuais de aprendizado. Ela promove uma abordagem mais centrada no aluno, incentivando a autonomia, a colaboração e a resolução de problemas. Além disso, a tecnologia é utilizada como uma ferramenta facilitadora, proporcionando acesso a uma gama diversificada de recursos educacionais e permitindo a criação de experiências de aprendizado mais envolventes e interativas.

Essa abordagem também enfatiza a importância do desenvolvimento de habilidades do século XXI, como pensamento crítico, criatividade, resolução de problemas, comunicação eficaz e colaboração. A Educação 4.0 reconhece que essas habilidades são essenciais para o sucesso em um mundo cada vez mais digital e globalizado.

Quais são os pilares da educação 4.0?

Os quatros referenciais teóricos da Educação 4.0 dão a sustentação para um processo de ensino de sucesso:

Modelo Sistêmico

O Modelo Sistêmico é o elemento central da Educação 4.0, proporcionando uma avaliação estruturada da situação atual da escola, delineando seus objetivos e a estratégia necessária para efetivar uma transição bem-sucedida no método de ensino.

Um exemplo prático é a formação contínua e inicial dos professores. A aplicação do modelo sistêmico auxilia na identificação das áreas em que os educadores necessitam aprimorar, como a adoção de novas ferramentas digitais ou metodologias ativas.

Mudança do senso comum

A transformação do senso comum é o segundo pilar, propondo uma abordagem educacional fundamentada em avanços científicos e tecnológicos, baseada nas últimas descobertas sobre os processos de aprendizagem.

Neste contexto, os educadores devem fundamentar suas práticas pedagógicas nas pesquisas recentes em neurociência, pedagogia e psicologia. Isso se torna crucial para auxiliar crianças e adolescentes no desenvolvimento do pensamento científico, uma das competências essenciais da Base Nacional Curricular Comum (BNCC).

Gestão do conhecimento e estudo de competências e habilidades dos alunos

O terceiro pilar refere-se à gestão do conhecimento e ao estudo das competências e habilidades dos alunos, envolvendo o desenvolvimento das habilidades necessárias para lidar com desafios da sociedade contemporânea. Estas incluem a capacidade de tomar decisões em diferentes contextos, resolver problemas, gerar, registrar, distribuir e transformar informações (ou seja, comunicação), interpretar dados provenientes de diversas fontes, como mídias digitais, e relacionar o aprendizado em sala de aula com aspectos da vida pessoal, social e profissional.

Cibercultura

A cibercultura, o quarto e último pilar, está associada à preparação e organização dos espaços de aprendizagem para alinhar-se com os objetivos da Educação 4.0. Ela possibilita a integração das dimensões físicas e digitais para otimizar os processos educacionais, além de criar novas formas de interação na comunidade escolar. Exemplifica-se isso nas aulas síncronas e assíncronas do ensino híbrido ou nas comunicações via WhatsApp entre pais, estudantes e professores.

Esta abordagem também destaca a importância do desenvolvimento de habilidades do século XXI, como pensamento crítico, criatividade, resolução de problemas, comunicação eficaz e colaboração. A Educação 4.0 reconhece que tais habilidades são cruciais para prosperar em um mundo cada vez mais digital e globalizado.

Qual a diferença entre a educação 4.0 e 5.0?

Na visão da Educação 4.0, a tecnologia desempenha o papel de aprimorar o ensino, conferindo-lhe maior agilidade, precisão e fundamentação, além de estabelecer uma comunicação mais direta com as novas gerações.

A Educação 5.0 surge como uma extensão desse conceito, propondo a integração das novas tecnologias no ambiente escolar com o desenvolvimento das habilidades socioemocionais, promovendo, assim, uma forma mais humanizada de aprendizado. O enfoque não se restringe apenas ao mercado de trabalho, mas se estende à formação de cidadãos com capacidade de contribuir de maneira abrangente para a sociedade.

Como trazer a Educação 4.0 para dentro da sala de aula

Integrar a Educação 4.0 na sala de aula envolve uma abordagem proativa e estratégica para aproveitar as tecnologias e métodos de ensino inovadores. Aqui estão algumas estratégias para trazer a Educação 4.0 para dentro da sala de aula:

Promova cenários propícios para a aprendizagem

Incentive abordagens que favoreçam o desenvolvimento de projetos. Uma sugestão é adotar questões norteadoras que estimulem a criatividade e despertem o interesse por descobertas inovadoras. Dessa maneira, o professor proporciona à sua turma a oportunidade de experimentar, cometer erros, recriar e reavaliar, aprendendo por meio de um roteiro de trabalho.

Integre a Cultura Maker na escola

Ao adotar a cultura maker, é possível instaurar uma cultura de criatividade, empatia e colaboração ao empregar métodos ativos. Isso permite ao educador transformar ferramentas em agentes de transformação, dando voz aos alunos e integrando-os de forma essencial ao processo de aprendizagem. 

Nos últimos anos, o movimento maker ressuscitou a abordagem de aprendizagem prática, incorporando o princípio de “aprender fazendo”. Ao ser aplicado no ambiente escolar, busca promover e incentivar a geração de ideias, investigação e resolução de desafios, utilizando os recursos disponíveis ao máximo. 

Estudos conduzidos por pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, evidenciam que estudantes que experimentaram a abordagem prática de aprendizagem apresentaram um desempenho 30% superior em comparação com colegas submetidos ao método convencional de ensino.

Formação Continuada para Professores

Ofereça treinamentos e formações sobre as últimas tecnologias educacionais e métodos de ensino inovadores. Incentive a participação em conferências e workshops relacionados à Educação 4.0.

O programa Juventudes STEAM é um projeto de formação organizado pelo Social Brasilis voltado para professores e também à inclusão produtiva de jovens através do estímulo ao desenvolvimento de novas tecnologias que podem se tornar inovações científicas, tecnológicas e impacto social positivo com potencial de mercado ou de qualificação para o mercado de trabalho.

O projeto contou com 03 turmas em 2022: Programa Jovens Mulheres nas STEAM, Juventudes STEAM Itapipoca e na periferia de Fortaleza e Juventudes STEAM Ed. Formação continuada para professores.

Ao implementar essas estratégias, os educadores podem transformar a sala de aula em um ambiente de aprendizado dinâmico e inovador, alinhado com os princípios da Educação 4.0. Isso proporcionará aos alunos experiências educacionais mais envolventes, personalizadas e preparatórias para um mundo em constante evolução.

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